Utilização do audiovisual e de novas tecnologias digitais na educação é tema do segundo workshop

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Em seu segundo dia, a Jornada Humberto Mauro de Cinema e Educação inicia com workshop voltado ao compartilhamento de experiências e reflexões no campo da educação, com foco na utilização de novas ferramentas digitais e do audiovisual em processos educativos.

Cesar Piva, gestor da Fábrica do Futuro, foi mediador do workshop e apresentou a proposta da mesa redonda: o compartilhamento de experiências e a construção de estratégias para qualificação dos processos educativos a partir da potencialização do uso do audiovisual e de novas tecnologias digitais.

Aceleradora Transmídia

A primeira experiência foi apresentada por Mônica Botelho, presidenta da Fundação Cultural Ormeo Junqueira Botelho. A gestora apresentou os objetivos e as metodologias elaboradas para a recém lançada Aceleradora Transmídia. Esse dispositivo, que compõe o Polo Audiovisual da Zona da Mata, segundo Mônica, “parte da análise de que o grande gargalo do audiovisual nacional é a distribuição (os filmes sofrem limitações para acessar as salas de cinema e, quando acessam, permanecem por pouco tempo disponíveis ao público). Sendo assim, cresce a necessidade de criação de estratégias que potencializem as novas produções a partir de outras mídias”. A metodologia transmídia que está sendo desenvolvendo parte de uma narrativa audiovisual, gerando outras narrativas e produtos culturais, em diferentes linguagens. Inicialmente, a Aceleradora produzirá conteúdos transmídia junto a três longas-metragens que estão chegam agora ao circuito comercial: “Estive em Lisboa e Lembrei de Você”, “A Família Dionti” e “A Vida no Céu”. Um dos focos da Aceleradora é o mercado de cinema infantil e juvenil.

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PROAR – Plataforma de Produção Audiovisual em Rede

creditos pamela ferrer (37)A segunda experiência apresentada, por Mirian Rolim e Cláudio Santos Rodrigues, foi a utilização do PROAR – Plataforma de Produção Audiovisual em Rede. O foco foi apresentar como essa ferramenta digital tem contribuído para a produção audiovisual e para a educação em rede. Em específico, como se articulam as experiências dos projetos Escola Animada e Aceleradora Transmídia. Mirian Rolim, da Fábrica do Futuro, abordou o tema da inclusão do audiovisual e das novas tecnologias digitais na educação, especialmente com foco na experiência do projeto Escola Animada. Para Rolin, um dos conceitos centrais é o de território. O território se afirma enquanto espaço educativo, de reconhecimento de identidades. Em 4 anos, o projeto Escola Animada mobilizou 29 escolas e teve a participação de 607 pessoas entre professores e alunos nos percursos formativos. Por sua vez, Cláudio Santos Rodrigues apresentou em detalhes o PROAR – Plataforma de Produção Audiovisual em Rede, que  surge no Festival Ver e Fazer Filmes de 2011, a partir do EAR – Espaço de Aprendizado em Red da Fábrica do Futuro. A plataforma tem contribuído para o processo de educação e criação audiovisual a partir de adolescentes e jovens. Cláudio apresentou o como o PROAR será utilizado na experiência transmídia ligada ao filme “A Família Dionti”, por parte de 11 coletivos de estudantes da Zona da Mata Mineira, em articulação com o projeto Escola Animada.

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Universidade das Crianças
A terceira experiência apresentada foi a Universidade das Crianças (www.universidadedascriancas.org), por parte de uma das idealizadoras e coordenadora geral do projeto, Débora d’Ávila Reis. A Universidade consiste numa série de iniciativas voltadas a educação infantil. Parte de perguntas feitas por crianças, que foram transformadas em programas de áudio e vídeos de animação. Segundo, Reis, “o projeto estimula as crianças a testar as respostas e a fazer outras perguntas, mais ou menos como a ciência funciona”. A história da Universidade das Crianças inicia-se em setembro de 2006, como projeto de Extensão do Instituto de Ciências Biológicas e do Núcleo de Divulgação Científica da UFMG. O público pôde conhecer a plataforma e algumas criações audiovisuais.

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LUDZ – plataforma de aprendizagem

creditos pamela ferrer (8) (Copy)A quarta experiência apresentada foi o LUDZ, por parte de Maíra Pimentel, da startup Tamboro. Ludz é uma plataforma de aprendizagem de matemática baseada em games, do 5º ao 9º ano, utilizada por milhares de alunos brasileiros. A plataforma dispõe de um completo processo de avaliação – com itens exclusivos para avaliações diagnósticas, formativas e somativas – e relatórios de aprendizagem em tempo real. A arquitetura de aprendizagem do Ludz une um ambiente lúdico e estimulante a uma criteriosa e flexível matriz de habilidades com mais de 5000 questões para Números e Operações, Grandezas e Medidas, Tratamento da Informação e Espaço e Forma. Segundo Pimentel, “a principal dificuldade é partir de um diálogo com um modelo de escola que está atrasado, especialmente em relação às novas tecnologias. Por outro lado, quando o diálogo se estabelece de forma positiva, o resultado é bastante significativo”. A Tamboro oferece, junto com o Ludz, formação para professores e metodologias para a implantação e acompanhamento do uso de tecnologia digital em escolas. Ao final, Maíra Pimentel e Mônica Botelho anunciaram que, em breve, a experiência será aplicada em 8 escolas da região, em parceria entre Tamboro, Energisa e BNDES.

Imagens em Movimento

A quinta experiência, “Imagens em Movimento”, foi apresentada por Ana Dillon. O programa oferece oficinas de creditos pamela ferrer (10) (Copy)
cinema para estudantes de escolas públicas, além de cursos de capacitação para educadores amantes da arte cinematográfica e eventos de exibição das obras realizadas nestes processos. O programa atua em parceria com o programa internacional “Cinema, cem anos de juventude”, criado na Cinemateca Francesa em 1995, que hoje agrega diversas organizações dedicadas à pedagogia do cinema. Trata-se de uma ação em rede, na qual cineastas, professores e estudantes de diversos países se unem para vivenciar a aventura da (re)descoberta do cinema. Juntos, vemos, debatemos e realizamos filmes ao longo de cada ano letivo, a partir de propostas pedagógicas compartilhadas. Os frutos deste processo (chamados pela equipe de filmes-ensaio) são apresentados, a cada ano, em um Encontro Internacional na Cinemateca Francesa, do qual participam comitivas de todas as organizações parceiras do programa “Cinema, cem anos de juventude”. Para Ana Dillon, “a experiência da arte no meio escolar pode ser subversiva por que ela rompe com uma ideia de que o professor é o único detentor do conhecimento, e o estudante um copo vazio a ser preenchido. Com o audiovisual, fica evidente que a educação é um saber a ser compartilhado. É muito comum vivenciarmos situações em que estudantes sabem mais sobre audiovisual do que professores.”

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“A Família Dionti”
creditos pamela ferrer (12) (Copy)A sexta apresentação foi a da experiência transmídia ligada ao filme “A Família Dionti”, em fase de realização, por parte da produtora CoCriativa. A apresentação foi feita por Vitor Drummond e Mariana Elian. A proposta é produzir outras narrativas audiovisuais a partir do filme “A Família Dionti”, de Alan Minas. Essas narrativas audiovisuais serão criadas e produzidas por jovens de 11 escolas da região da Zona da Mata de Minas Gerais, articulado ao projeto Escola Animada, da Fábrica do Futuro. A CoCriativa atuará com a realização de oficinas junto a todos os coletivos. Cada uma das produções contará com ampla liberdade criativa, e o processo educativo visa promover a autonomia e o pensamento crítico.

Arte, tecnologia e educação e o Núcleo Transmídia na Rede Minas
A sétima e última apresentação foi de Ana Tereza Brandão, da Rede Minas, com o tema “experiência de arte, tecnologia e educação e o Núcleo Transmídia na Rede Minas”. Ana ressaltou a importância de se diferenciar e desmistificar o uso das tecnologias aliadas à educação. É preciso considerar as condições sócio-culturais que influenciam o uso das tecnologias. Para Brandão, a TV pública brasileira parte de um modelo muito inspirado na TV comercial, que surgiu antes no país.

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