Em 26 de outubro, a Mostra Usina Criativa de Cinema marcou o encerramento do 6º Festival Ver e Fazer Filmes em uma noite onde se destacaram o talento de novos realizadores do audiovisual da Zona da Mata e o privilégio de contar com a presença de Ruy Guerra, diretor homenageado nessa edição.
Na etapa FAZER FILMES, a exibição e premiação dos curtas-metragens produzidos com o apoio do Edital Usina Criativa de Cinema lotou o auditório do Centro Cultural Humberto Mauro, em Cataguases.
Com apresentação dos empreendedores audiovisuais Renatta Barbosa e Igor Amim, o público assistiu aos cinco curtas-metragens produzidos por residentes na área de atuação do Polo Audiovisual da Zona da Mata, com recursos e consultorias oferecidos pelo edital, e participação de técnicos, produtores, artistas e figurantes locais.
Quatro filmes participaram da mostra competitiva, com premiação pelo Júri Popular e Júri Técnico. O Júri Técnico foi formado pelas produtoras Janaína Diniz Guerra (RJ), Adriana Konig, Mariza Figueiredo, o diretor de arte Cedric Aveline e o produtor audiovisual Sérgio Pedrosa.
O quinto filme, “Miraí”, foi realizado pelo diretor Ricardo Alves Jr, de Belo Horizonte, que participou na categoria diretor convidado. A filmagem aconteceu na fábrica têxtil da cidade de Miraí, envolvendo equipe técnica e elenco da região. Conforme regulamento do edital, o curta do diretor convidado não concorre na premiação.
FILMES CONCORRENTES E RESULTADO DA PREMIAÇÃO:
“UM CERTO MARALONSO”, documentário, de SAMUEL FORTUNATO (Ubá)
Melhor Filme pelo Júri Técnico
Melhor Produção para Marina Moss
Melhor Figurino para Miron Soares
Melhor Som para Tiago Glomer, Vanderlei Sperandio, Jorge Raulli e Guilherme Haddad
Melhor Fotografia para Igor Freitas e Alexandre Branco Borges.
“SANTA”, ficção, de MARCO ANDRADE (Cataguases)
Melhor Filme pelo Júri Popular
Melhor Atriz principal para Jéssica Müller
Melhor Direção de Arte para Leandro Silveira
Melhor Atriz Coadjuvante para Daniela Salgado Lacerda.
“CASULO”, ficção, de RAFAEL AGUIAR (Cataguases)
Melhor Roteiro para Rafael Aguiar.
Melhor Trilha Sonora para Mazin Mendonça
Melhor Ator Principal para Ramon Brant
Melhor Ator Coadjuvante para Samir Hauaji
“A PARTIDA DO MENINO NEIMAR”, ficção, de RAFAEL BIANCHINI (Ubá)
Melhor Diretor para Rafael Bianchini
Melhor Montagem para Rafael Bianchini
Estiveram presentes no evento: Angelo Oswaldo, Secretário de Estado da Cultura de Minas Gerais; Monica Botelho, presidente da Fundação Cultural Ormeo Junqueira Botelho; Cesar Piva, Marcos Pimentel, Gilca Napier e Gustavo Baldez, diretoria do Polo Audiovisual da Zona da Mata; Fausto Menta, Secretário Municipal de Cultura e Turismo de Cataguases; Cleber Lima, Secretário Municipal de Cultura de Visconde de Rio Branco, Janaína Diniz Guerra, a produtora da Kinossaurus Filmes; Dandara Guerra, atriz e assistente de direção do filme, ambas filhas do cineasta Ruy Guerra.
RUY GUERRA: DIRETOR HOMENAGEADO NO FESTIVAL.
Na noite de encerramento do Festival, além da exibição e premiação dos filmes, o cineasta Ruy Guerra, um dos maiores nomes do cinema nacional recebeu uma homenagem especial.
Diretor, ator, roteirista, com uma bagagem de 300 filmes realizados em 70 anos de carreira, o cineasta foi o homenageado nessa edição do festival. Na abertura do evento, foi exibido seu filme mais recente “Quase Memória”, com Tony Ramos no papel principal. Ruy Guerra se encontra em Cataguases para a filmagem do longa-metragem “História de um crime”, uma trama de suspense que irá mobilizar em sua produção uma grande equipe do Rio de Janeiro e da região.
Veja abaixo a mensagem de Ruy Guerra aos realizadores audiovisuais da Zona da Mata:
CATAGUASES É REDUTO DE RESISTÊNCIA CULTURAL, DIZ CINEASTA RUY GUERRA
“Em primeiro lugar, quero demonstrar meu respeito e admiração pelo cineasta Humberto Mauro. Já nos anos 60, quando iniciávamos o Cinema Novo, reconhecíamos o valor da obra de Humberto Mauro, como ela marcou a história do cinema brasileiro, e o cinema brasileiro, por sua vez, marcou a história do cinema mundial.
Aqui em Cataguases, tive a oportunidade de ver o trabalho que está sendo feito com as crianças e os jovens e isso me impressionou bastante. Acredito que esse Polo Audiovisual da Zona da Mata é o mais representativo entre todos que conheço no Brasil. Aqui, se vê, de fato, uma preocupação com a formação de profissionais do cinema partindo de sua criancice, de sua juventude, de uma paixão inicial que muitos nem sabem que têm.
Eu me lembro que quando era jovem e comecei a fazer cinema – sem saber que estava fazendo – meu pai me dizia que essa era uma profissão muito difícil e que eu poderia até passar fome. Não passei fome, mas é realmente uma vida difícil.
Além de teimosia, para ser cineasta é preciso ter estudo, é preciso saber se colocar politicamente como ser humano nas áreas da cultura. É preciso ter coragem e não se deixar levar pelas correntes do status quo, que querem impor caminhos conservadores.
Precisamos ter redutos de resistência para seguir em frente, acredito que Cataguases já é um desses redutos culturais “.
HOMENAGEADOS: IN MEMORIAM
Gestores e equipes envolvidas na realização do 6º Festival Ver e Fazer Filmes prestaram ainda duas homenagens in memoriam:
Américo Sobrinho, um profissional multi-artista que integrou a equipe fundadora da Fábrica do Futuro e do Instituto Cidade de Cataguases, sendo colaborador essencial em diversas iniciativas e ações, com destaque na coordenação ao longo de anos do Projeto Tela Viva de Cinema Itinerante.
Cacati Oliveira Souza, esposa de Américo Sobrinho, recebe a homenagem.
Geraldo Veloso, cineasta, crítico, palestrante, ensaísta, pesquisador de cinema, colaborador por décadas do Centro de Estudos Cinematográficos e do Instituto Humberto Mauro, entre tantas outras atividades que exerceu, envolvendo cinema, cultura e arte.
Ângelo Oswaldo, Secretário de Estado da Cultura de Minas Gerais, recebe o prêmio em nome da família de Geraldo Veloso
FOTOS: CEDIDAS POR MARCELO LOPES, DO SITE MARCELO LOPES, E MARCOS GAMA, DO SITE MÍDIA MINEIRA
MATÉRIA: BETH SANNA