Em 2018, o evento promove uma ação educativa especial, onde cerca de 260 crianças de escolas municipais participam de uma série de atividades que buscam aproximá-las do universo da produção audiovisual brasileira.
A ideia principal é prepará-las para compor o júri infantil da 6ª edição do Festival Ver e Fazer Filmes – FVFF, que será realizado em outubro em Cataguases.
CINE ESCOLA:
Fruto de uma parceria entre o FVFF e o Projeto Escola Animada – Rede Cineclube, o programa CINE ESCOLA é uma ação voltada para alcançar um público infanto-juvenil a partir do acesso a filmes brasileiros, com objetivo de ampliar a visão de mundo, a imaginação e o repertório cultural de estudantes de cidades da área de atuação do Polo Audiovisual da Zona da Mata de Minas Gerais.
“Nosso propósito é o de possibilitar o contato com a nossa diversidade cultural, por meio de ricas experiências que o cinema pode despertar, ampliando o imaginário e conhecimento de mundo de estudantes de nossa região. O campo audiovisual oferece muitas possibilidades para que crianças e jovens possam acessar, de uma maneira afetiva e lúdica, as mais variadas questões da nossa existência, da nossa vida, tais como o amor, a alegria, o medo, o desejo, a solidão, a sensação de fracasso ou de êxito, entre outras. Assim, eles poderão se conhecer mais, se colocar no lugar do outro, entender melhor o sentido da educação e da cultura em suas vidas”, diz Isa Rodrigues, psicóloga e educadora, integrante da equipe Escola Animada.
JÚRI INFANTIL:
O público infantil da ação educativa será composto por crianças de 6 a 11 anos, com acompanhamento de professores e gestores de escolas municipais de Cataguases. A ação é coordenada por uma equipe multidisciplinar composta por professores, pesquisadores, psicólogos, assistentes sociais, atores, fotógrafos e produtores audiovisuais, em colaboração com diversos profissionais locais.
ENCONTRANDO HUMBERTO MAURO E A HISTÓRIA DA CIDADE:
A abertura do programa Cine Escola aconteceu no auditório do Centro Cultural Humberto Mauro, em Cataguases, no dia 12 de junho, e mobilizou 250 crianças e 12 professores em duas sessões, pela manhã e à tarde. Coube ao ator Marco Andrade, gestor da Fundação Cultural Ormeo Junqueira Botelho, abrir o evento e animar ainda mais as crianças para seu papel como Júri Infantil no Festival.
Já os atores Renatta Barbosa e Heitor Nóbrega, na pele dos personagens infantis Malu e Pedrinho, apresentaram um esquete teatral cômico onde contaram a história do cineasta Humberto Mauro, sua mudança para Cataguases, primeiras experiências com o cinema e seu interesse em retratar a vida no interior do país.
Integrando a programação, foram exibidos os curtas “A Velha a Fiar”, de Humberto Mauro, e o filme de animação “A Árvore de Humberto”, realizado por alunos do Projeto Animação, no Espírito Santo.
Após o debate, as crianças receberam as cédulas para votar, numa escala de 1 a 5, o quanto gostaram de cada filme.
Para encerrar, eles visitaram o Memorial Humberto Mauro, localizado no Centro Cultural Humberto Mauro.
COLÉGIO CATAGUASES: CONHECENDO O MODERNISMO:
Numa segunda etapa do programa Cine Escola, em junho, os estudantes e professores se dirigiram ao Colégio Cataguases, que, por sua arquitetura modernista, paisagismo, esculturas e painéis, possibilitam um maior conhecimento sobre a história de Cataguases e seu vínculo com as artes. No Colégio eles foram recebidos pelo professor e historiador Luiz Leitão, que apresentou o projeto arquitetônico elaborado por Oscar Niemeyer, o paisagismo de Burle Marx, a obra “O Pensador” de Jan Zach, e o Painel Tiradentes, de Cândido Portinari.
“A maior parte dos estudantes não conhecia o Colégio Cataguases, eles ficaram encantados com as obras, fizeram muitas perguntas e comentários interessantes. Uma atividade como essa desperta a curiosidade das crianças, eles querem conhecer mais, visitar outros lugares, é uma experiência instigante pra eles”, comenta Luiz Leitão, que integra a equipe Escola Animada.
Já no Cineclube Silvio Tendler, localizado no interior do Colégio, eles conheceram a história do cineasta que dá nome ao espaço. Para completar a programação cultural, as crianças assistiram aos curtas-metragens “O Melhor Som do Mundo”, do diretor Pedro Paulo de Andrade, e “João, o galo desregulado”, de Camila Carrossine & Alê Camargo.
MAPEANDO AS IMAGENS LOCAIS:
Esta nova etapa vem sendo desenvolvida desde junho, por meio de oficinas de fotografia nas escolas participantes, ministradas por Iano Oliveira, fotógrafo e historiador, integrante da equipe do Projeto Escola Animada. “As oficinas de fotografia fazem parte de um processo educativo de aguçamento do olhar para o audiovisual. Por meio da fotografia nós buscamos fortalecer a identidade e a noção de pertencimento, apurando o olhar das crianças para as imagens e sons dos territórios onde vive e estuda”, explica Iano.
Inspirados no filme “O melhor som do mundo”, Iano mobiliza as crianças na busca pela melhor imagem do mundo. “No caminho percorrido cotidianamente até o local da escola, elas criam uma ‘cartografia sonoro-visual’ que vai refletir em seus registros fotográficos, onde elas buscam captar imagens de si mesmas e/ou dos amigos, por meio de espelhos e seus reflexos. O resultado da experiência é uma grande surpresa para eles”, diz o fotógrafo.
Antes do Festival, em setembro, uma última etapa da ação educativa especial será realizada por meio de uma mostra fotográfica com os resultados das oficinas.
Crédito fotos: Rafaella Lima
O Festival Ver e Fazer Filmes é uma iniciativa da Agência de Desenvolvimento do Polo Audiovisual da Zona da Mata de Minas Gerais, em parceria com o Instituto Cidade de Cataguases, Instituto Fábrica do Futuro, Fundação Cultural Ormeo Junqueira Botelho, CBA – Cia Brasileira de Alumínio, Secretaria Municipal de Cultura – Prefeitura de Cataguases, com o patrocínio da ENERGISA através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais.